Este é um blogue que surge no âmbito da disciplina de História do Património (Professora Marta M. Gomes), inserida na área de Humanísticas - Turismo, dos Cursos Secundários Profissionalmente Qualificantes. Durante o decorrer deste ano lectivo serão aqui colocados excertos dos trabalhos realizados pelos alunos no sentido de dar a conhecer o património existente em S. Tomé e Príncipe, mas também, visando o objectivo de promover turisticamente este belíssimo arquipélago. Pretende-se ainda, promover uma cidadania activa, no que diz respeito à preservação e manutenção do Património existente.

Esperamos que encontre aqui razões suficientes para visitar a nossa casa e para todos os que já aqui vivem, esperamos que consigamos o objectivo de espalhar a mensagem de que é preciso preservar a nossa história a fim de legar às gerações futuras uma herança digna de ser respeitada e apreciada.

marta

marques

gomes

historia do patrimonio

quarta-feira, 5 de março de 2008

Auto de Floripes - Vindes Menino - Deixa

Por mais pesquisas que fizéssemos, constatámos que não há uma data concreta acerca da introdução destas manifestações culturais na ilha, mas sabe-se que as mesmas têm origem europeia mais concretamente, Viana do Castelo em Portugal. Segundo o senhor Evaristo Cassandra deduz-se que foram introduzidas por volta do séc. XIX, na região autónoma do Príncipe pelos colonos que cá estiveram, tendo sido adoptadas posteriormente pelos naturais da ilha como forma de divertimento e distracção e, mais tarde, como forma de crítica e descontentamento face às pressões exercidas pelos colonos portugueses.

“O Auto da Floripes” integra-se na festa realizada, todos os anos, na região autónoma do Príncipe denominada “São Lourenço”. Para os naturais é uma festa de muita importância, uma vez que celebra a comemoração do descobrimento da ilha a 17 de Janeiro.

Sendo uma lenda, o Auto de Florípes conta a história de mouros e cristãos

No dia da festa, logo ao amanhecer a população local é despertada pelo rufares dos tambores e apito das cornetas. Porém, antes de darem inicio às actividades dirigem-se ao cemitério da cidade e à praia Rei com o intuito de prestar homenagem aos antigos membros da comunidade, falecidos ao longo dos anos.

O acto desenrola-se nas principais ruas da capital de santo António. A princípio observamos dois embaixadores cada um com a sua bandeira que ao som do apito e do tambor vão percorrendo as artérias da cidade. A seguir, após estarem reunidos vão à procura do chamado Galalão, a quem se faz a entrega da bandeira e este por seu turno vai ao encontro dos outros de nome: Autor, Duque Regner, Ricarte, Urgel de Danoa, Duque Nemé, Oliveiros, Alerinos, e GUI de Borgonha após o encontro com Galanão, este entrega a bandeira a Roldão que de seguida vai à busca do imperador de nome Carlos Magno. Após estarem juntos efectuam marchas em direcção ao «Castelo» pequena casa em forma de madeira coberta por panos e que se situa mesmo em frente à igreja local.

Os embaixadores tal como os cristãos, todos de vermelho, dirigem-se em busca do rei turco. Outros se juntam, desta vez a Orangel que marcham em busca de outros companheiros. Murada busca, Floripes, Burlante, Sortibão de coimbres e por fim o Almirante Balão que juntos com o seu «exército «atravessam a fortaleza de Carlos Magno rumo ao castelo.

Outro momento de grande entusiasmo, é quando vão buscar os bobos à ribeira Forca, situada no litoral da cidade (local onde se diz terem enforcado os piratas que tentavam invadir a ilha em tempos passados), actualmente procede-se a esta acto a partir do parque velho. Os bobos efectuam brincadeiras e afastam as pessoas do espaço da representação para que esta decorra de acordo com o previsto.

"Vindes Menino" é uma festa realizada na região autónoma do Príncipe ao anoitecer, na passagem do dia 31 de Dezembro para 1 de Janeiro, enquadrando-se na quadra festiva do Natal, portanto essa festa está relacionada com aniversário de Jesus Cristo sendo o “menino” filho de Deus, o “menino Jesus” o nosso salvador, essa festa decorre com o intuito de prestar uma homenagem ao mesmo.

No dia da festa os mordomos e a população local correm as ruas da cidade de porta em porta cantando e dançando, desejando Boas Festas. O destino é a concentração no quintal de uma das festeiras escolhido anualmente para a comemoração.

A parte mais importante é quando ao som da música a população procede a uma retrospectiva do que aconteceu durante esse ano.

Segundo o senhor Evaristo Cassandra esta festa para além de divertir a população tem como principal objectivo moralizar as pessoas, ajudá-las a reflectir nos actos ruins que cometeram. Disse-nos, ainda, que este é um hábito herdado do tempo colonial. Esta é uma actividade/cerimónia com tendência a desaparecer, mas que segundo este entrevistado faz muita falta, pois servia como forma de educar moralmente a população.

A «Deixa» é uma dança da região autónoma do Príncipe, que tem vindo a desaparecer. Actualmente, apenas os adultos a praticam.

Esta actividade é realizada nas comemorações da festa da Nossa Senhora da Graça nesta mesma região. Porém os participantes em primeiro lugar participam na Missa e no fim da mesma juntam-se em fileira e vão marchando pela cidade dançando e cantando até à casa de uma das festeiras eleita pela comissão de festas.

Em casa desta, podemos apreciar uma grande variedade de doces, bem como muita alegria e dança. Homens e mulheres organizam-se em grupos que dançam em torno do recinto. As roupas tradicionais são indispensáveis. Os Senhores de camisa com calças pretas e as senhoras de blusa branca e saias de cor preta até aos pés.

Bibliografia: Povo Flogá e depoimentos de locais

Trabalho realizado por: Eldon Barros e Adilsa Camblé da 12ª B dos Cursos Secundários Profissionalmente Qualificantes - Liceu Nacional - S. Tomé e Príncipe - 2007-2008

Agradecemos todas as informações que possam partilhar connosco e com os leitores deste blogue, estando desta forma abertos a críticas e sugestões que nos permitam melhorar este site e contribuir para promoção e valorização do nosso património. Não deixe de participar. Obrigada.

Adilsa Camblé e Eldon Barros

6 comentários:

Anónimo disse...

Olá,
Meu nome Alexandra, sou brasileira, e faço uma pesquisa sobre os laços históricos entre Brasil e São Tome, tendo como foco o Auto de Floripes e a Luta de Mouros e Cristãos. Pretendo ir a STP em agosto deste ano e gostaria de manter contatos desde já com pessoas deste país. Parabéns pelo blog! alexandradumas@hotmail.com

Núcleo Promotor do Auto da Floripes disse...

Como representante do Auto da Floripes das Neves (V. do Castelo) envio a presente mensagem com a intenção de se criarem laços de cooperação e partilha entre as duas representações.

Aguardamos por um contacto.

Muito atentamente,
Pedro Rego

tel: +351917402522
facebook.com/nucleopromotorautodafloripes
http://www.youtube.com/user/autodafloripes

Núcleo Promotor do Auto da Floripes disse...

Como representante do Auto da Floripes das Neves (V. do Castelo) envio a presente mensagem com a intenção de se criarem laços de cooperação e partilha entre as duas representações.
Aguardamos.
tel: +351917402522
facebook.com/nucleopromotorautodafloripes
http://www.youtube.com/user/autodafloripes

Núcleo Promotor do Auto da Floripes disse...

Como representante do Auto da Floripes das Neves (V. do Castelo) envio a presente mensagem com a intenção de se criarem laços de cooperação e partilha entre as duas representações.

Aguardamos por contacto.

Muito atentamente,
Pedro Rego

tel: +351917402522
facebook.com/nucleopromotorautodafloripes
http://www.youtube.com/user/autodafloripes

mmg disse...

Olá.
Nós já não estamos activos há muito tempo, fomos um grupo/turma que desenvolveu este trabalho, mas que agora está espalhado pelo mundo, nas mais diversas áreas.
O Auto de Floripes é representado na ilha do Príncipe e muito sinceramente, de momento não tenho os contactos do grupo. Vou tentar arranjar e colocar aqui, mas não prometo conseguir.
Obrigada pelo contacto

Marta Gomes

Núcleo Promotor do Auto da Floripes disse...

Olá,

Agradecemos esse esforço e aguardamos por boas notícias.

Atentamente,
Pedro Rego