coordenação de Maria do Céu Madureira
"Segundo o antropólogo Paulo Valverde o sistema de medicina tradicional são-tomense preconiza que a parendizagem de um futuro mestre possa ocorrer segundo alguns padrões de accção recorrentes: pela dádiva de um mais velho por gratidão face à generosidade desinteressada demonstrada por um jovem; pela eleição de um indivíduo só por que um mais velho se apercebeu das suas potencialidades; pela entrada espontânea, muitas vezes associada a violentas crises pessoais, de um espírito na cabeça da pessoa; ou, algumas vezes, pela busca voluntarista de um diletante que aprende com os mais velhos, a quem pede auxílio, ou através de métodos autodidactas."
"Existe em S. Tomé e Príncipe uma clara distinção entre as diferentes ocupações dos terapeutas tradicionais, estando registados os seguintes tipos de Curandeiros: Massagistas, Stlijon Mátu (cirurgião do mato), Tchiladô Ventosa (aplicador de ventosas), Piadê Záua (analisador de urina), Patleta (parteira tradicional). Há ainda a referir os Fitchicêlu (feiticeiros), que utilizam práticas mais ou menos sobrenaturais, para resolver os problemas das pessoas que o procuram (8).É de referir o número cada vez menor de terapeutas tradicionais com descendência interessada a quem possam passar os seus conhecimentos, pelo que se torna ainda mais importante documentar a herança cultural destes velhos terapeutas tradicionais."
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